‘Vamos trabalhar para inseri-los no mercado’, afirma diretor de Ação Regional da Fiesp em formatura do projeto Meu Novo Mundo

13/04/2018 - atualizado às 16:25 em 06/04/2022

Isabela Barros, Agência Indusnet Fiesp

Não faltou emoção na formatura de mais uma turma do projeto Meu Novo Mundo, realizado na manhã desta sexta-feira (13/04), na Escola Senai Almirante Tamandaré, no Centro da capital paulista. A iniciativa envolve um curso de formação profissional e apoio à entrada no mercado de trabalho com três anos de duração. Assim, mais 19 participantes agora possuem a formação de assistente administrativo. O Meu Novo Mundo tem a assinatura da Fiesp, do Sesi-SP e do Senai-SP e já formou 72 estudantes de Araras, Osasco, São Bernardo do Campo, São Paulo, Sertãozinho e Taubaté. Há outros 219 inscritos fazendo o curso no momento. Trinta empresas são parceiras.

Estiveram presentes na cerimônia o diretor adjunto do Departamento de Ação Regional  (Depar) da Fiesp, Sylvio de Barros, e a deputada federal Mara Gabrili.

Presidente da Fiesp, do Sesi-SP e do Senai-SP, Paulo Skaf fez questão de mandar uma mensagem em vídeo para os formandos. “Quero parabenizar a todos vocês, que agora são donos do seu futuro e da sua carreira”, disse. “Tenho orgulho de saber que o Senai-SP ajudou a fazer a diferença na vida de vocês, que agora estão preparados para o futuro”.

Para Mara Gabrili, que é tetraplégica, os novos assistentes administrativos “estão prontos para o mundo do trabalho”. “A educação é a política pública mais eficaz para a gente promover o desenvolvimento”, afirmou. “Enxerguem o tamanho do potencial que vocês têm, toda a bagagem da disciplina, da superação e da gratidão”.

Segundo a deputada, a Lei Brasileira de Inclusão foi o projeto mais democrático do legislativo brasileiro, tendo recebido mais de mil contribuições em sua elaboração. “Nós, pessoas com deficiência, temos um efeito pedagógico por onde a gente passa”, afirmou. “Precisamos da força de trabalho de pessoas que se transformaram em verdadeiros leões”, disse. “Vocês são diferenciados e vão conseguir trabalhar, produzir, ser felizes”.

Paraninfo da turma, Sylvio de Barros destacou que a formatura era importante para todos, inclusive para as empresas que ofereceram oportunidades para os formandos. “O sentido de novo mundo é recíproco, talvez traga mais novidades para nós do que para as pessoas com deficiência”, afirmou. “Agora os nossos alunos sabem quem são e o que representam”, disse. “Há casos de pessoas que mal saíam de casa e agora têm uma vida ativa”.

De acordo com Barros, o apoio aos alunos continua depois do curso. “Temos um cadastro dos formandos para oferecer às indústrias”, explicou. “Vamos trabalhar para inseri-los no mercado”, disse. “Temos pela frente um novo mundo para todos vocês”.

Assistente administrativo, Vinícius Tavares Lima, de 22 anos, era um dos formandos mais animados. Cadeirante, ele contou que aprendeu muito, principalmente conhecimentos de informática. “Já fiz três entrevistas de emprego e agora espero um retorno”, disse. “Foi emocionante participar do projeto”.

Também formando, Lucas Santos Silva, de 23 anos, afirmou que vai levar para sempre “o conhecimento e as amizades” adquiridos. “Mandei alguns currículos, estou animado”.  

Deficiente visual, Silva destacou o trabalho do professor Rafael Fortes Brás, que também não enxerga e deu aulas durante todo o curso.

Docente regular do Senai-SP em São Bernardo do Campo, na Grande São Paulo, Brás dá aulas de conteúdos administrativos, logística e informática adaptada, entre outros temas. Ele perdeu a visão gradativamente entre os 20 e os 33 anos. Aos 37, sabe que encontrou seu propósito. “Estudei no Sesi-SP e no Senai-SP”, disse. “Agora vejo que estar aqui foi um divisor de águas, entendi qual é a minha missão”.