SENAI-SP transforma vida de mulheres por meio da educação

17/03/2023 - atualizado às 16:29 em 27/03/2023

 Conheça histórias de alunas que estão ganhando espaço em profissões que eram majoritariamente masculinas

A cada ano, o SENAI-SP registra um aumento da presença feminina nas salas de aula, e algumas em áreas mais ocupadas por homens. Superação, foco, determinação e amor pelo que fazem são algumas das marcas das histórias dessas mulheres que tiveram a vida transformada pela educação, mesmo em áreas mais desafiadoras para conseguirem ocupar os seus espaços.

Conhecimento e oportunidades

“Eu entrei no SENAI-SP para o curso de Mecânico de Usinagem, me identifiquei muito com a área, porém existiam alguns questionamentos - das pessoas ao meu redor - por eu ser mulher e estar fazendo um curso majoritariamente masculino. No entanto, eu continuei fazendo o que gostava”, conta Juliana Defensor, 22, que hoje é trainee do SENAI-SP, na escola SENAI “Roberto Mange”, em Campinas, mas já trabalhou informalmente em salão de beleza, lanchonete e loja de roupa para se sustentar.

Com sua dedicação e apoio incondicional a sua família, Juliana conseguiu ajudar a transformar a realidade dos que mais amava por meio da educação. “Eu sempre gostei de estudar, porém não tinha perspectiva em relação a minha vida profissional. Foi quando, no final do Ensino Fundamental, uma professora nos informou sobre a importância do Curso Técnico, mas meu pai estava resistente a essa situação, pois teria que financiar – sem condições, no momento - o meu deslocamento até a escola. No entanto, ele foi convencido que seria uma oportunidade boa para mim”, conta a aluna que veio de Alagoas (MA) morar em Sumaré, interior de São Paulo, aos dez anos, com sua família, em busca de oportunidades.

A jovem não apenas seguiu seu sonho de estudar no que queria, como se superou. No último semestre do seu curso de Mecânico de Usinagem, ela foi indicada para participar da Olimpíada do Conhecimento – competição que une os melhores alunos de diversas modalidades – e disputar na área de Desenho Mecânico, onde foi medalhista prata na competição estadual, e chegou a ser ouro na fase nacional, na categoria Manufatura Aditiva. “Na maioria dos eventos importantes na minha vida profissional, como em competições, capacitações e reuniões, eu sou a única mulher. Muitas vezes, isso gera um desconforto, mas também me faz refletir sobre a minha história: existem muitas mulheres que não têm oportunidades ou não sabem nem que elas existem”, emociona-se Juliana, cujo grande objetivo é ser professora, continuar estudando e ajudar pessoas a terem mais chances de transformar suas vidas com a educação.   

Naturalidade na integração do trabalho

Giselle Tavares Costa, 35, começou sua formação técnica em Construção Civil, juntamente com seus amigos que optaram pela área de Mecânica. “Assim que terminei o curso de Aprendizagem Industrial de Construção Civil, fiz o Curso Técnico em Edificação. Logo após, fiz dois anos de Arquitetura e um estágio na Universidade de Barcelona, onde estudei concreto com fibras”, conta.

A ex-aluna do SENAI-SP, que trabalha em uma empresa de telecomunicação, em construções de torres de telefonia celular, afirma que nunca teve problemas em trabalhar em um setor majoritariamente ocupado por homens. “Eu acho supernatural. Tem mais homens justamente porque a procura pela área civil ainda é maior entre os homens”. 

Determinação para seguir o que quer

Vitória Nogarol tem apenas 17 anos, mas sempre buscou atuar em uma área que tivesse boas perspectivas de emprego e, assim, escolheu focar seus estudos em tecnologias em geral. “Busquei cursos para me especializar em tecnologias e descobri a oportunidade para cursar Desenvolvimento de Sistemas, no SENAI Informática, onde consegui encontrar-me profissionalmente. Sinto-me feliz e inspirada a seguir na área de Tecnologia da Informação. Vejo um futuro gigante para mim dentro da indústria”, vislumbra.

Apesar de ainda estar iniciando sua especialização profissional, Vitória diz que busca manter-se determinada em abrir todos os caminhos necessários. “Lutamos todos os dias para buscar direitos trabalhistas igualitários e sei que, daqui para frente, não será diferente. Isso não me desanima, apenas me motiva a sempre dar o melhor que eu puder oferecer”.

Quando a família apoia, a escolha se fortalece

Já para Camila Pimenta, 32, a aceitação da família pela área escolhida foi mais natural, pois foi inspirada pelo pai. Ela iniciou sua carreira na área de Construção Civil com o Curso Técnico de Edificações, na escola SENAI “Orlando Laviero Ferraiuolo”, em São Paulo. Aos 16 anos, quando decidiu fazer a formação, ela contou com o apoio do pai, principalmente. “Quando pedi para fazer o processo seletivo, ele ficou todo orgulhoso, pois é projetista por profissão. Eu o via realizando seus projetos e perspectivas a mão livre e isso enchia meus olhos”, lembra.

Logo no primeiro mês de curso, Camila conseguiu um estágio em uma das principais construtoras do País, atuou no setor de metalurgia e enfrentou vários desafios para conseguir se manter na carreira. “Após ingressar na indústria da Construção Civil, consegui evoluir tecnicamente ano após ano, com novos cursos, interação com novas tecnologias, além de aprender a posicionar-me perante o mercado de trabalho e na vida. Sempre fui considerada uma pessoa tímida e, por diversas vezes, ouvia: ‘você não tem perfil de obra’; ‘por que você não escolheu a arquitetura?’. Digo e reforço que eu escolho estar na Construção Civil. Hoje, eu consegui meu espaço e sou apaixonada pelo que exerço”, revela Camila, que se graduou em Engenharia Civil e trabalha como engenheira no SENAI-SP.

Mesmo achando que o preconceito - na área da construção - está mais nos empreendedores que buscam os homens, Camila pontua que “as mulheres estão conquistando seu espaço e vencendo barreiras, desmistificando essa teoria de que conhecimento técnico de sistemas construtivos é uma particularidade apenas masculina. Temos diversas referências de mulheres que, hoje, atuam nesse mercado e são reconhecidas por sua atuação”.

Desafiar-se para vencer, principalmente na vida

Maria Isabelli Pinto, 20 anos, estudante do SENAI de Botucatu, está participando da competição profissional estadual SP Skills, que acontece de 26/1 a 6/4, na modalidade de Computação em Nuvem. Segundo a aluna da Faculdade SENAI de Análise de Desenvolvimento, o auge da sua vida – até o momento – aconteceu quando foi escolhida para ser competidora.

 “De tantos meninos na sala, alguns que já tinha até completado o curso, eu destaquei-me e consegui essa vaga, representando as meninas. Elas olham e falam que querem isso para elas também. Em seguida, falo que elas podem ser ainda melhores. Fico feliz que elas se inspiram em mim para irem atrás do que querem. Ser o espelho de alguém é muito legal”, conta.

Maria sempre seguiu seus sonhos e superou suas limitações, tanto que entrou para área tecnológica mesmo sem ter um computador. “Por mais difícil e cansativo que seja, você tem que ter foco naquilo que você quer. Às vezes, você vai cair, mas tem que continuar independente do que acontecer”, motiva-se.

Superar-se, não importa quando!

Para algumas pessoas, nunca é tarde para buscar seus sonhos e fazer uma transição de carreira. Márcia Prinholato Quesada, aos 58 anos, voltou para os estudos e está cursando Desenvolvimento de Sistemas, no SENAI Informática. “Sou aposentada desde 2019. Sempre trabalhei no serviço público, numa carreira repetitiva por 37 anos. Informei-me sobre as carreiras mais promissoras para a atualidade e optei pela área de Tecnologia da Informação, pois é a carreira do futuro. Não conhecia nada sobre a área, então pensei: grande desafio, assim que eu gosto e, aqui, estou eu!”, comemora.

Ela ainda não está no mercado de trabalho e olha com otimismo essa nova jornada na área de TI, inspirada em suas amigas que já trabalham no setor e são prósperas.

Em busca de oportunidades

Luanda de Oliveira, 46, também fez uma mudança em sua área de trabalho: de Design de Moda, ela decidiu entrar para o setor de Tecnologia da Informação e está cursando o Técnico em Multimídia. “Com a pandemia, perdi meu emprego em um ateliê, pesquisei tendências de mercado e vi que a área de Multimídia seria uma ótima oportunidade. Fiz minha inscrição no curso, passei no processo, e, hoje, já trabalho na área como responsável pela comunicação digital de uma marca”, conta.

Segundo Luanda, seu foco, atualmente, está em dois principais desafios: compreender bem as ferramentas utilizadas no curso de Multimídia e consolidar-se como uma profissional qualificada com base em todo o conhecimento adquirido no curso.

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