Senai-SP Superação: 'Eu não era melhor do que ninguém, só tinha o esforço'

13/09/2016 - atualizado às 16:25 em 06/04/2022

Isabela Barros, Agência Indusnet Fiesp

A hora da decisão veio aos 14 anos. Era ficar na roça, trabalhando por ali mesmo, como fazia o pai, ou sair de Valetim Gentil, a 540 quilômetros na capital, e estudar numa escola do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial de São Paulo (Senai-SP) em São José do Rio Preto. A dica veio de um amigo e, aproveitando o fato de que na época a instituição oferecia auxílio-moradia aos alunos com renda familiar menor, ele fez as malas e partiu. Não se arrepende e, até hoje, o Senai-SP faz parte da sua vida, onde trabalha há 29 anos e, atualmente, é instrutor de formação profissional.

Trabalhando com alunos dos cursos de Mecânica Geral, Técnico em Mecânica e Tecnólogo em Processos de Produção na Escola Senai Roberto Simonsen, no bairro do Brás, em São Paulo, Valter Siarpelleti nunca perdeu o encantamento com o local em que bate ponto todos os dias. “Comecei fazendo um curso de Mecânica Geral que hoje se chama Mecânica de Usinagem”, lembra Siarpelleti. “E fiz a minha vida aqui”.

Depois de passar por algumas indústrias, primeiro em Fernandópolis e depois na capital paulista, o instrutor achou boa a sugestão do irmão, que viu o anúncio do processo seletivo para dar aulas de retificação. “A escola aqui no Brás estava cheia no dia da seleção”, diz.

No início, as aulas eram dadas somente no horário noturno até que, em 1996, ele passou a ser 100% do Senai-SP. “Meu destino estava aqui”, conta. “A minha história não seria a mesma sem o Senai”.

Foto: Everton Amaro/Fiesp
Siarpelleti: “A minha história não seria a mesma sem o Senai”. 

 

De acordo com Siarpelleti, o “rigor do ensino” e “o respeito que os professores impunham” o fizeram aprender, desde os tempos de aluno, a ter foco e disciplina. “Por isso tenho tanto orgulho dos alunos que vencem na vida, é isso que me faz sentir que fiz um bom trabalho”, conta. “Me vejo neles: eu não era melhor do que ninguém, só tinha o esforço”.

Hoje casado e pai de um homem e uma mulher, até tentou que os filhos quisessem trabalhar na instituição, mas respeitou os caminhos dos dois, da filha Natalia, tecnóloga em Oftalmologia, e do filho, Vitor, estudante de Engenharia de Produção. “Só peço que eles não parem de estudar e tenham força de vontade”, conta. “Só cheguei até aqui porque tive muita vontade de vencer”, diz. “E porque tive, no Senai-SP, um esteio na minha vida”.