Senai-SP Superação: 'Cabe a cada um enfrentar os desafios'

24/06/2016 - atualizado às 16:25 em 06/04/2022

Isabela Barros, Agência Indusnet Fiesp

“Não dá para ficar sentada lamentando”. Não é preciso mais de cinco minutos de conversa com a instrutora do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial de São Paulo (Senai-SP) Gilvani Tavares Costa para ter certeza de como essa postura diante da vida é seguida à risca. Funcionária da Escola Senai Orlando Laviero Ferraiuolo, no Tatuapé, na capital paulista, especializada em construção, ela dá aula de pedreiro/assentador e também no curso de Construtor de Edificações. E tem a sua história pessoal de superação ligada a tudo o que viveu nos corredores da unidade, onde ingressou em 2007, como aluna.

Hoje com 27 anos, Gilvani sempre se imaginou trabalhando com mecânica. Mas achou boa a dica de uma amiga de tentar uma vaga no curso de Construtor de Edificações da escola da instituição no Tatuapé. Um ano depois, já estava treinando para participar da Olimpíada do Conhecimento, em 2008, ficando em terceiro lugar na modalidade de Jardinagem e Paisagismo da competição.

Foi a escolha certa, até porque, participando da disputa, ela teve o apoio do Senai-SP com o pagamento das passagens de ônibus para os deslocamentos por conta dos treinos. “Meu pai nunca teria condições de pagar um curso como o que eu fiz no Senai”, conta. “Aliás, ele não tinha dinheiro nem para as passagens, que eu consegui por conta da Olimpíada”.

Gilvani é filha de um ex-cortador de cana de Pernambuco, mais precisamente da cidade de Barreiros. Com a saída da mulher de casa, ele se viu sozinho com três crianças para cuidar. Terminou indo viver com o trio na capital paulista, onde estão até hoje. E onde foram, aos poucos, progredindo. Atualmente morando no Parque Ermelino, na Zona Leste da maior cidade do Brasil, a família vai se mudar, em dezembro de 2017, para um apartamento novo que está para ser entregue no bairro da Penha, também na Zona Leste.

Além de dar aulas no Senai-SP, Gilvani se forma, no final deste ano, em Arquitetura. Sua irmã, Giselle, também ex-aluna e instrutora da instituição, cursa Engenharia. O irmão, Gabriel, trabalha com o pai, prestando serviços de pintura automotiva. “Sempre fomos uma família muito unida”, diz. “Ele nunca teve a ajuda de ninguém para nos criar, um cuidava do outro”.

Com o senhor Isaías, ela aprendeu valores que ajudaram a escrever a sua história de superação. “O meu pai me ensinou a respeitar os outros, a amar o próximo e a correr atrás dos nossos objetivos”, explica. “Incentivou e ainda incentiva os nossos estudos”.

Em casa 

É também em família que Gilvani diz se sentir nos corredores e salas de aula do Senai-SP. “Aqui cresci do ponto de vista profissional e pessoal”, conta. “Me capacitei, consegui um trabalho, tive a chance de proporcionar uma vida melhor para o meu pai e para os meus irmãos”, diz. “Me sinto amparada, em casa”.

Foto: Everton Amaro/Fiesp 
Gilvani na escola do Senai-SP no Tatuapé: "Me sinto amparada, em casa". 

 

Diretor da escola no Tatuapé, Abilio José Weber retribui o carinho. E a admiração. “A Gilvani sempre chamou a atenção pela garra”, afirma. “É muito bom poder acompanhar uma transformação assim na vida de alguém”, diz. “E contar com profissionais que dão o máximo pela instituição”.

Para Gilvani, é tudo uma questão de aproveitar as chances que são oferecidas a cada um. “O Senai-SP te dá oportunidades”, conta. “Cabe a cada um se superar e enfrentar os desafios”.