SENAI-SP e VDI-Brasil firmam parceria para inovação e digitalização da indústria paulista

31/10/2025 - atualizado às 17:03 em 31/10/2025

Com duração de 48 meses, convênio visa fortalecer a competitividade e a sustentabilidade da indústria no estado de São Paulo 

O Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial de São Paulo (SENAI-SP) e a Associação de Engenheiros Brasil-Alemanha (VDI-Brasil) firmaram, na terça-feira (27), uma parceria voltada para a transformação digital, inovação industrial e desenvolvimento de competências digitais. Com duração de 48 meses, o convênio visa fortalecer a competitividade e a sustentabilidade da indústria paulista.  

Entre os compromissos do SENAI-SP na parceria estão compartilhar conhecimento técnico sobre formação profissional, digitalização e inovação, além de colaborar com empresas e instituições parceiras no processo de difusão de práticas inovadoras e tecnológicas.  

No mesmo sentido, a missão da VDI-Brasil no acordo é promover o diálogo técnico entre engenheiros, empresas e instituições através de fóruns temáticos dedicados à digitalização da indústria, gestão e produtividade, e formação de competências. Os fóruns, denominados clusters, são grupos de trabalho compostos por especialistas de determinadas áreas, como digitalização na indústria, gente e gestão e produção industrial.  

Para o diretor regional do SENAI-SP, Ricardo Terra, a parceria com a VDI-Brasil representa uma oportunidade de conexão em áreas estratégicas como qualificação profissional, tecnologia, inovação, emprego e empreendedorismo industrial.  “Aqui no Brasil, a VDI tem um papel fundamental ao reunir engenheiros e empresas alemãs, o que fortalece a integração com esse setor industrial, historicamente tão presente no Brasil”, complementa. 

Segundo Terra, o acordo também reforça o interesse do SENAI-SP em ampliar as ações educacionais e tecnológicas voltadas à sustentabilidade da Indústria, especialmente em temas como eficiência energética e transição verde, em um momento em que o Brasil se prepara para sediar a COP 30. “São temas estratégicos para o nosso país e, nesse momento da COP 30 aqui no Brasil, isso ganha ainda mais relevo. A engenharia alemã tem uma tradição nesses temas. Essa parceria é um passo importante para integrarmos conhecimento e produzirmos benefícios concretos para o setor industrial”, complementa.  

Com sede na Alemanha, a VDI é reconhecida como a maior associação tecnocientífica da Europa. No Brasil, reúne engenheiros que promovem ações e debates sobre inovação entre os dois países. “Quando a gente fala de conhecimento técnico no Brasil, naturalmente as pessoas que conhecem indústria já pensam no SENAI-SP, que tem uma boa imagem no país inteiro. Uma vez que as indústrias alemãs que são associadas à VDI precisam de mão de obra qualificada, entendemos que essa parceria vem em um momento muito oportuno para que possamos oferecer aos associados tudo o que há de mais moderno em conhecimento técnico, para que seus times sejam capacitados com o que há de melhor no mercado”, enfatiza João Vitor Stedile, diretor-executivo da VDI-Brasil. 

“Dados e Tendências da Educação Profissional” 

No evento de celebração do Dia da Engenharia Brasil-Alemanha, realizado no Insper, para além da assinatura do acordo, Ricardo Terra também apresentou a palestra “Dados e Tendências da Educação Profissional”, na qual explicou o cenário do mercado de trabalho paulista e o papel da educação profissional e a agenda de incremento de produtividade na superação dos desafios na contratação de pessoas.  

Diante desse cenário, Terra reforçou que o grande desafio das empresas é o incremento de produtividade. “O crescimento da produtividade está arrefecendo em um cenário em que as empresas precisam ser cada vez mais produtivas. Em São Paulo, estamos experimentando um fenômeno parecido com outras economias do mundo. Todos os setores estão com dificuldade”, justifica.  

Na área de Educação Profissional, especificamente, Terra explica que um dos pontos estratégicos será conduzir programas de aperfeiçoamento e de especialização profissional. “A educação profissional para a indústria é intensiva em recursos e equipamentos para ser estabelecida e operada. Para isso precisamos ter assertividade na oferta e na elaboração de currículos nos cursos”, orienta. 

Para enfrentar esse cenário, Terra destacou quatro frentes de ação na educação profissional: Perceber mais rápido as transformações tecnológicas e de mercado; Produzir mais rápido soluções educacionais; Planejar a oferta com base em dados e necessidades reais do setor produtivo; Promover a conexão com a Indústria.  

Ele também cita a Jornada de Transformação Digital – realizada pela FIESP, SENAI-SP e SEBRAE-SP – como uma iniciativa que aumenta a produtividade das empresas. A Jornada atende micro, pequenas e médias indústrias de todos os segmentos industriais, com diferentes níveis de maturidade tecnológica, por meio de oito etapas de consultoria e treinamento.  

Durante a palestra, Terra apresentou alguns resultados da iniciativa: 

  • 37,9% de ganho médio de produtividade. 
  • 10,14% de ganho de desempenho energético global. 
  • 18% de aumento da Eficiência Global de Equipamentos. 

“A indústria sofre concorrência global, então precisamos de formação de alto nível, até mesmo para lidarmos com tecnologias emergentes. A VDI pode ser um instrumento de ponte entre as instituições de ensino e os engenheiros. É fundamental essa conexão entre agentes”, finaliza.