SENAI-SP apresenta soluções educacionais, tecnológicas e estratégias para apoiar o aumento da competitividade da indústria em encontro do CONIC
06/03/2025 - atualizado às 15:30 em 07/03/2025
A reunião do Conselho Superior de Inovação e Competitividade (CONIC) reuniu também representantes da indústria, do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC) e do INMETRO
O SENAI-SP foi convidado para participar da reunião do Conselho Superior de Inovação e Competitividade (CONIC) para debater temas essenciais à evolução do setor industrial no cenário de inovação e tecnologia, pilares fundamentais para o avanço da competitividade da indústria brasileira.
A abertura dos trabalhos anuais do Conselho Superior de Inovação e Competitividade (CONIC), coordenado pelo Instituto Roberto Simonsen (IRS), foi realizada na quinta-feira, 20 de fevereiro, no prédio da Fiesp, na capital paulista.
Ricardo Terra, diretor regional do SENAI-SP, apresentou as soluções educacionais, tecnológicas e iniciativas estratégicas do SENAI-SP para apoiar o aumento da competitividade da indústria, como a Jornada de Transformação Digital, Jornada de Descarbonização, PotencializEE e Brasil Mais Produtivo.
Inovação e Tecnologia
“Somente com a Jornada de Transformação Digital, hoje, nós temos mais de 21 mil empresas atendidas, com ganhos de produtividade de 37% e, em média, 10% de redução na conta de energia”, destaca Terra sobre o programa de digitalização – com consultoria e treinamento gratuitos para indústrias que faturam até R$ 8 milhões por ano. A Jornada também conta com a disponibilidade de linhas de crédito para apoiar os empresários nesse processo.
“Nós falamos em transformação da indústria atual e o objetivo é criar a 'nova' indústria. Temos que consolidar essa estratégia do SENAI-SP e, nessa gestão, definimos a implantação do Distrito Tecnológico. Hoje, temos mais de 500 profissionais com uma área construída de 40 mil metros quadrados, cravada em São Bernardo do Campo”, esclarece.
Ainda dentro da estratégia de tecnologia e inovação do SENAI São Paulo, contamos com diversas fontes de fomento para viabilizar os projetos de pesquisa e desenvolvimento. Entre elas, destacam-se a Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial (EMBRAPII), na área de materiais sustentáveis; a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP); a Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL); o programa MOVER, do governo federal; além do suporte da Lei da Informática e da Fapesp. Outras parcerias com agências de fomento, empresas e universidades – tanto no Brasil quanto no exterior, em países como Estados Unidos, Alemanha, Suécia, Holanda, Finlândia, Inglaterra, entre outros – também fortalecem essa rede de apoio.
Para a atuação em Inovação e Tecnologia, há mais de mil profissionais espalhados pelo Estado de São Paulo, sendo 130 mestres e doutores. “Para ampliarmos esse capital humano, criamos uma metodologia que envolve os Centros de Desenvolvimento de Competência (CDC) implementados em 2024 nas áreas de Inteligência Artificial, Cibersegurança, Manufatura Avançada, Biocombustíveis, Engenharia de máquinas e equipamentos”, analisa Terra.
Empreendedorismo
Com o objetivo de ajudar a criar a nova indústria e fortalecer o ecossistema de inovação, no último ano foi lançada uma chamada de startups com investimento de R$ 7,5 milhões para financiamento. Nesse contexto, o SENAI SP firmou acordo de parceria com 12 fundos de investimento, que administram um aproximado de U$ 10 bilhões destinados a investimentos em startups, ampliando as conexões entre os empreendedores e o amplo ecossistema que a instituição oferece. Na etapa de negociação, das 28 startups que enviaram propostas, 10 passaram por avaliação técnica e quatro estão na fase de elaboração de contrato.
Conformidade
Terra ainda destacou a relação entre a qualidade e a conformidade mostrando como essa estratégia é tratada pela governança do SENAI-SP. “A instituição possui 23 laboratórios que atuam em mais de 160 áreas de escopo de acreditação do INMETRO, em um total de 1.700 ensaios realizados por essa estrutura”.
“Dentro da Estratégia Nacional de Infraestrutura da Qualidade (ENIQ), o trabalho do Comitê de Qualidade da Indústria, criado pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), foi apresentada a proposta de ampliar a rede de laboratórios do SENAI-SP junto com a estrutura de acreditação do INMETRO, iniciativa que beneficia a fiscalização e a vigilância de mercado”, comenta Pedro Wongtschowski, presidente do CONIC da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp).
Delegacia cibernética
Marcio André de Oliveira Brito, presidente do INMETRO, anunciou estratégias inéditas que destacam o papel dessa instituição com a infraestrutura da qualidade. “Nosso negócio é a confiabilidade. Para ter um controle efetivo e sistêmico do grande volume de produtos comercializados de forma inapropriada nas plataformas de e-commerce, vamos inaugurar o Escritório Sudeste do INMETRO na capital paulista que, por meio da delegacia cibernética, será responsável por monitorar a comercialização de produtos, serviços e qualquer outro instrumento que serão submetidos ao banco de dados e sistema de gestão do órgão. A inauguração está prevista para maio desse ano”.
A Delegacia Cibernética vai contribuir para garantir a credibilidade dos produtos, inclusive no setor de energia. Claudio Lorenzetti, presidente do Conselho de Administração da Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica (Abinee) e do Sindicato da Indústria de Aparelhos Elétricos Eletrônicos e Similares do Estado de São Paulo (SINAEES-SP), mostrou como a conformidade é aplicada no processo de Eficiência Energética, a partir do Programa Nacional de Etiquetagem.
“O atendimento à Lei de Eficiência Energética de 2001 proporcionou a economia de 20 bilhões de kWh desde 1986, o que equivale ao abastecimento de uma cidade de mais de 11 milhões de residências durante um ano. Uma das medidas é apresentar as informações úteis aos consumidores, a partir de uma etiqueta em cada equipamento elétrico (chuveiros e geladeiras, por exemplo), que mostram o consumo energético e os requisitos de segurança e eficiência, o que estimula a inovação dos produtos e, consequentemente, a competitividade da indústria com foco na sustentabilidade do planeta”.
Articulação
O Anuário de Controle dos Mercado Ilícitos, desenvolvido pela Fiesp (2024), revela que esse mercado dificultou a criação de 157.336 empregos, em 2023, e deixou de gerar R$ 4,42 bilhões em impostos estaduais e R$ 4,99 bilhões em impostos federais, que seriam computados pela oferta legal.
Patrícia Pedrosa, gerente de Comércio Exterior e Assuntos Regulatórios da Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção, falou sobre a relação entre setor produtivo e o sistema de conformidade. “Para combater o mercado ilegal, é necessário o envolvimento conjunto de diversas frentes complementares como o poder público (federal, estadual e municipal), a articulação internacional com os demais países que detêm esse conhecimento, o setor privado e a sociedade civil, uma vez que o setor vestuário ocupa um dos setores de maior quantidade de apreensões feitas pela Receita Federal em 2023, que corresponde a um valor de mais de R$ 328 milhões”.
Integridade comercial
De acordo com o anuário, a aquisição de produtos roubados, furtados ou falsificados da indústria no mercado ilegal correspondeu a R$ 22,65 bilhões, no Estado de São Paulo, em 2023, em nove setores industriais: automotivo, eletrônico, alimentos e bebidas, químicos, vestuário, medicamentos, higiene, tabaco e brinquedos.
Na reunião de abertura dos trabalhos do CONIC, Juliana Ghizzi Pires, diretora do Departamento de Política de Propriedade Intelectual e Infraestrutura de Qualidade do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), falou sobre a Política Nacional da Infraestrutura da Qualidade, que garante a credibilidade internacional, especialmente no desenvolvimento do comércio e das relações econômicas. “A estrutura da Qualidade previne riscos atuais e futuros para garantir a segurança e qualidade de produtos, serviços e processos, com foco de proteger o consumidor e o meio ambiente, mantendo a integridade do comércio justo e da competitividade do setor produtivo”.
Saiba mais sobre o Anuário de Controle dos Mercados Ilícitos (2024): https://mercadosilicitos.fiesp.com.br/anuario-2024/controle-dos-mercados-ilicitos/