Projetos do Senai-SP levam sete de 15 prêmios no Inova Senai

07/09/2014 - atualizado às 16:25 em 06/04/2022

Alice Assunção e Ariett Gouveia, Agência Indusnet Fiesp, de Belo Horizonte (MG)  

São Paulo tem muito o que comemorar. Dos 15 projetos premiados no Inova Senai, mostra que incentiva e premia ideias inovadoras e com potencial de mercado, sete são de alunos e professores do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial de São Paulo (Senai-SP). A cerimônia de premiação aconteceu na noite deste sábado (06/09), em Belo Horizonte (MG), como parte da programação da Olimpíada do Conhecimento.  

Destaque para o trio Lia Costa, Márcia Boiko e Natália de Toledo, da Escola Senai “Francisco Matarazzo”, no Brás. Elas receberam o primeiro lugar em Tecnologia Industrial de Produto, uma das cinco categorias da mostra, com a criação da “Fralda hospitalar para pré-maturos extremos”, confeccionada para atender às necessidades anatômicas, fisiológicas e de conforto de bebês prematuros extremos (que nascem com menos de 1 kg de peso) em unidades de terapia intensiva neonatais.  

Foto: Tâmna Waqued/Fiesp
Criadoras da fralda hospitalar para pré-maturos extremos conquistam 1o lugar no Inova Senai em BH.

O Senai-SP também foi reconhecido com a segunda e a terceira colocação na categoria Tecnologias Indústrias de Processo.   A segunda posição ficou com o grupo formado por Abel Mendes, Bruno Beveari, Letícia Braga e Marlene Dely, da escola Senai “Theobaldo de Nigris”, na Mooca. Eles apresentaram o “Print Test”, equipamento capaz de produzir mancha de tinta sobre o papel, criando uma “prova de cor” – instrumento vital para todos os profissionais envolvidos na produção do material gráfico.  

Já o terceiro lugar é de uma equipe do Centro de Treinamento Senai “Ettore Zanini”, em Sertãozinho. O quarteto formado por Tarso Tristão, Daniel Saran, Renato Bolsoni e Geraldo Andrade Junior desenvolveu o “Sistema Digital de Eficiência Energética”, que permite controlar as grandezas medidas e faturadas pelas concessionárias de energia e todas as demais fontes de energia de uma unidade, evitando multas e desperdícios, propiciando uma alta eficiência energética.  


Projetos inclusivos  

Na categoria Tecnologias Inclusivas, mais dois projetos paulistas ganharam troféus.   Em segundo lugar ficou a “Inclusion-Cadeira Odontológica para Cadeirantes”, de Milton Scarpelin, José Augusto de Almeida, Filipe Florêncio e Giovane Coletti, da escola Senai “Mário Dedine”, de Piracicaba. A cadeira é girada, permitindo o uso da plataforma pelo paciente cadeirante, atendido em sua própria cadeira de rodas.  

Em terceiro, a equipe de escola Senai “Ítalo Bologna, de Itu, integrada por Murilo Gianotto, Lucas Pranstete, Henrique Mitsugui e Arthur Dias, com “Estante para PCD”, artefato com prateleiras móveis automatizadas que se movimentam em sentido vertical, sistema similar ao de uma roda gigante.  

No Voto Popular, escolha dos visitantes do ExpoMinas, outros dos projetos do Senai-SP foram reconhecidos: “Palmilha Geradora de Eletricidade”, em segundo, e “Processo de Automação Residencial para as Classes C e D”, em terceiro.   Criado por Antonio José Cleto, Rafael Fernandes Leme e Lucas Ferreira dos Santos, do Centro de Treinamento Senai “Edward Sávio”, em Jaú, a “Palmilha Geradora de Eletricidade” aproveita a energia mecânica que a pressão dos pés exerce sobre o solado do calçado para conversão em energia elétrica, armazenada em baterias, as quais podem ser utilizadas posteriormente para as mais diversas finalidades.  

Já o “Processo de Automação Residencial para as Classes C e D”, de Anderson Oliveira, Rafael Pereira, Amanda Fernandes e Daniel Xavier, da escola Senai “Manuel Garcia Filho”, de Diadema, proporciona segurança e acessibilidade a idosos e deficientes físicos ao controlar portas, portões, iluminação, por meio de um celular, reduzindo a ocorrência de acidentes domésticos. Seus diferenciais são simplicidade e baixo custo, sendo acessível a pessoas de baixa renda.

O Inova Senai  

Nesta edição, o Inova Senai recebeu 240 inscrições de ideias inovadoras para indústria e selecionou os 50 projetos mais exequíveis no mercado e criativos.   Durante a premiação, o diretor de operações do Senai, Gustavo Leal, avaliou que a mostra tem evoluído nos últimos anos.  

“[O Inova Senai] vem trazendo o DNA do que queremos fazer. O Senai tem uma enorme preocupação em formar bem seus técnicos, mas também em difundir metodologias de desenvolvimento de produtos”, explicou Leal.   “Todos podem desenvolver sua capacidade de se tornar mais criativos. Estamos preocupados em preparar as pessoas para trabalhar nessa indústria do futuro, moderna e competitiva”, disse o diretor.  

Ele ponderou, no entanto, que o Brasil ainda não conseguiu “chegar lá” em termos de inovação. Mas “para chegar lá, a gente precisa de gente que faz a diferença”.  

País atrasado  

 Integrante da banca avaliadora de projetos e representante de um fórum de investidores, John Jackson Buttier, afirmou durante a premiação que o Senai tem feito sua parte para estimular a inovação no país.  

“Muitos falam que nosso país está atrasado, mas quem faz a sua parte? O Senai está fazendo sua parte. A melhoria contínua da indústria é uma ode a insatisfação, é uma característica do inovador”, avaliou.  

Também participou da cerimônia Bel Pesci, fundadora do programa educacional Faz Inova.

No evento, a empreendedora contou sua trajetória profissional, o desafio estudar no MIT e sobre os projetos que fracassaram.   “A sorte só abre as portas para os preparados e para quem corre atrás”, disse Bel.