Para vencedor do Inova Senai, prêmio é reconhecimento pela vontade de fazer melhor e transformar por meio da educação

07/11/2013 - atualizado às 18:43 em 25/11/2013

Guilherme Abati, Agência Indusnet Fiesp

Depois de conquistar a segunda colocação no Inova Senai em 2011, nem mesmo o pouco tempo para a criação de um novo projeto impediu o professor Carlos Ortega finalmente conquistar o primeiro lugar na disputa. Mais que um prêmio, para o professor da Escola Orlando Laviero Ferraiuolo, no Tatuapé, em São Paulo, vencer a edição 2013 do Inova é o reconhecimento de sua vontade de “fazer melhor e transformar por meio da educação”.

Seu projeto, “Sambladuras Metálicas, a Carpintaria da Madeira ao Metal por Meio Geométrico”, considerado o melhor na categoria Processo Inovador, foi criado em menos de dois meses, ao lado do também professor Luiz Carlos Tinoco.

Em entrevista, o docente conta que o projeto, além de já estar na mira de grandes empresas, deverá ser publicado em breve pela Senai-SP Editora.

Foto: Arquivo Pessoal
O professor Carlos Ortega: depois do segundo lugar em 2011, a vitória em 2013.

A premiação foi realizada em setembro, no Anhembi, durante a São Paulo Skills, maior competição do ensino profissionalizante do estado. Confira abaixo a entrevista completa como o professor:

Como foi o processo de criação até o recebimento do prêmio no Inova Senai?  Quais foram as maiores dificuldades?

O processo foi difícil. O prazo para a conclusão do projeto inovador foi muito curto até a apresentação. Tive apenas 51 dias para escrever, revisar e produzir as maquetes eletrônica e física do projeto. Minha maior dificuldade foi a disponibilidade de tempo.

Em linhas gerais, no que consiste o projeto? Por que ele é inovador?

Neste projeto é desenvolvido um gabarito com referencial nos ângulos semelhantes e na geometria das coberturas de pequeno e médio porte. Esse gabarito é aplicado para o desenvolvimento das ligações (sambladuras) das estruturas de telhados. O projeto revoluciona os sistemas construtivos, viabiliza a padronização, informatização e industrialização das coberturas. Além disso, acelera o processo tradicional de construção e possibilita o uso de materiais sustentáveis. É uma solução de alcance mundial.

O que representa esse prêmio para um professor? Você acreditava que podia vencer?

O prêmio representa o reconhecimento pela vontade de fazer melhor e transformar por meio da educação. Fiquei satisfeito com o prêmio e sempre acreditei no potencial do projeto.

O que você espera de agora em diante? Você acredita que o projeto pode “ganhar o mundo”?

Agora estamos em fase de apresentar a ideia às empresas com capacidade para produção do projeto. Espero despertar o interesse de algumas delas e transferir a tecnologia para que esta inovação tenha alcance mundial.

Como foi voltar a dar aula na escola depois de vencer o prêmio?

A volta ao Senai foi tranquila. Em três anos e dez meses na unidade, já participei da modernização e implantação de cinco cursos em minha área e também fui 2º lugar no Inova 2011, com o projeto “Equacionamento de formas de escadas por meio de traçado geométrico”. Essa ideia, aliás, já implantada nos cursos de carpintaria. Creio que já acreditavam no potencial das sambladuras metálicas.

Quais os seus próximos planos? Tem algum novo projeto inovador em mente?

Pretendo ainda participar da implantação e modernização de mais cursos. O próximo será “Carpintaria de Escadas”, devido à procura dos alunos. O projeto “Sambladuras metálicas, a carpintaria da madeira ao metal por meio geométrico” deve virar um tratado sobre estruturas de telhados que a Senai-SP Editora provavelmente irá publicar.

Há quanto tempo você é professor? O que a instituição representa para você?

Ingressei em meados de 2008. Desde então fui instrutor primeiro nas áreas de hidráulica e carpintaria. Neste ano, estou dando aulas de armação de ferros. O Senai-SP representa a oportunidade de fazer a diferença na vida das pessoas por meio da educação. E isso não tem preço.