Para coordenador-adjunto do Comsaude da Fiesp, falta de competitividade da indústria brasileira é um agravante

30/07/2013 - atualizado às 18:52 em 30/07/2013

Talita Camargo, Agência Indusnet Fiesp 

O presidente executivo da Associação Brasileira da Indústria de Artigos e Equipamentos Médicos, Odontológicos, Hospitalares e de Laboratórios (Abimo) e coordenador-adjunto do Comitê da Cadeia Produtiva da Saúde (Comsaude) da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Paulo Henrique Fraccaro, apresentou um questionamento importante no evento de assinatura de uma parceria com a GE Healthcare para a criação de uma unidade do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai-SP) voltada para a área de saúde. Segundo Fraccaro, é preciso discutir “como melhorar e o que fazer para que a saúde brasileira deixe de ser um questionamento recorrente da população”.

Foto: Ayrton Vignola/Fiesp
Paulo Henrique Fraccaro, presidente executivo da Abimo, e coordenador-adjunto do Comsaude. 

Para ele, a principal luta é fazer com que empresas tenham consciência das vantagens de se produzir no Brasil. “O fortalecimento da empresa local e a inovação caminham juntos em prol do caráter social, que é reduzir o custo da saúde brasileira”, explicou.

De acordo com Fraccaro, “saúde não é só um gasto”. “Saúde é um negócio que representa 10% do PIB do Brasil e gera mais de 100 mil empregos”, destacou. Ele afirmou ainda que, em 2012, o setor movimentou R$ 14,7 bilhões, sem incluir a área de remédios. “O problema é que a produção nacional só representou 38% desse total”, disse. “Como podemos manter essa dependência de 62% de produtos importados?”, questionou.

O coordenador-adjunto do Comsaude afirmou que não faz sentido pensar num produto de inovação que só vai agregar custos. E que deixa os benefícios para a população aquém do esperado, seja pelo alto custo ou pela falta de conhecimento e manutenção. “Um produto inovador, sem uma assistência técnica condizente, morre. Equipamentos parados, danificados, encaixotados não servem para nada quando se tem uma população precisando deles”, afirmou.

Para Fraccaro, essa parceria do Senai-SP com a GE Healthcare é muito importante. “É muito raro uma empresa entender que precisa formar técnicos para que o investimento que faz dê retorno. E o Senai-SP está abrindo portas para  consolidar o mercado nacional nesse sentido”, concluiu.