Outubro Rosa: Marcia Tiburi propõe reflexão sobre a importância da autoestima e ‘empoderamento’ das mulheres

28/10/2013 - atualizado às 18:13 em 28/10/2013

Dulce Moraes, Agência Indusnet Fiesp 

Autora dos livros “As Mulheres e a Filosofia” e “O Corpo Torturado” e ex-integrante do programa “Saia Justa” (GNT), a filósofa Marcia Tiburi apresentou na manhã desta segunda-feira (28/10), no Teatro do Sesi São Paulo, a palestra “A Mulher e Autoestima” , em evento dirigido a mais de 500 colaboradoras da Federação e do Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp e Ciesp), do Serviço Social da Indústria de São Paulo (Sesi-SP) , do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial de São Paulo (Senai-SP) e do Instituto Roberto Simonsen (IRS).

Marcia fez um breve retrospecto sobre a imagem e o papel da mulher ao longo da história, desde a Antiguidade Grega até os tempos atuais. Ela explicou que, durante séculos, as mulheres foram criadas para servir e agradar, motivo pelo qual, muitas vezes, mesmo doentes, esquecem-se de si mesmas para cuidar dos outros.

As razões para isso, segundo a filósofa, é que há no inconsciente coletivo heranças profundas de períodos em que as mulheres eram demonizadas por seu conhecimento, como a Idade Média; ou quando se prevalecia a subjugação do ser feminino – também retratada como Complexo de Ofélia, em alusão a personagem de Shakespeare, que se anulou e se aniquilou para agradar seu amado Hamlet –; ou até o culto à beleza e bondade atribuídas às musas das pinturas modernas, retratando a mulher como símbolo do que nasceu para enfeitar e adornar.

Foto: Tâmina Waqued/Fiesp
WA filósofa Marcia Tiburi faz palestra sobre Mulheres e Autoestima durante campanha Outubro Rosa, na Fiesp. 


Marcia enfatizou que, para terem autoestima e se autovalorizarem, as mulheres precisam ter consciência de quem realmente são. “É como Simone Beauvoir [escritora francesa, feminista] dizia: ninguém nasce mulher. Alguém torna-se mulher”, afirmou.

Ela destacou também outra escritora, a brasileira Clarice Lispector, que disse, certa vez: “eu aprendi a me tratar muito bem. E aprendi isso me tratando bem como eu trato bem os outros”.

Arrancando aplausos da plateia, Marcia Tiburi afirmou que a autoestima só é possível quando a pessoa age e é nessa atitude que há o empoderamento. “O amar a si mesmo deve ser buscado com a libertação da mulher para ela ser quem realmente é e longe dos estereótipos e imposições culturais da nossa sociedade”, concluiu.