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Jornada de Descarbonização: evento apresenta caminhos para que empresas de Sorocaba possam se adequar à legislação e ganhar competitividade

15/04/2025 - atualizado às 16:01 em 15/04/2025

 

Iniciativa conjunta de FIESP, SENAI-SP e Sebrae-SP propõe aumento na competitividade de micros, pequenas e médias indústrias por meio da redução de emissões de Gases de Efeito Estufa 

A Jornada de Descarbonização foi apresentada, nesta terça-feira (15/4), para empresários da região de Sorocaba, no interior de São Paulo.  Mais de 120 pessoas estiveram presentes ao evento realizado pela FIESP, pelo SENAI-SP e pelo Sebrae-SP. Elas puderam conhecer de perto as ações que apoiam as indústrias paulistas na transição para um futuro mais sustentável e competitivo. 

Iniciativa conjunta das três instituições, a jornada é composta por consultorias e projetos estruturados em seis etapas que visam à redução de emissões de Gases de Efeito Estufa (GEE): diagnóstico, gestão de dados, inventário de GEE, otimização de processos, plano de redução e implementação. O programa está disponível para todas as indústrias, sendo gratuito para aquelas com faturamento anual bruto de até R$ 8 milhões. 

Com um PIB regional próximo a R$ 84 bilhões, o terceiro maior PIB regional do estado, a região de Sorocaba é de extrema importância para impulsionar a descarbonização. Segundo Paulo Henrique Schoueri, diretor titular do Departamento de Desenvolvimento Intersindical e vice-presidente da FIESP, os empresários locais precisam ter uma visão global para garantir a competitividade. 

“Se as nossas empresas não se adaptarem para fornecer para grandes empresas da Europa, vão ficar para trás. O seu concorrente não está em Sorocaba ou em São Paulo, mas no Vietnã, na França, nos Estados Unidos. A nossa visão tem que ser global para ganharmos competitividade”, ressaltou Schoueri. 

A avaliação é a mesma do diretor regional do SENAI-SP, Ricardo Terra. Aos presentes, ele ressaltou que o Brasil tem uma enorme vantagem frente a outras nações, o que torna nossas empresas mais competitivas. Lembrou ainda que os impactos na indústria são grandes, sobretudo nas questões regulatórias e que todos precisarão atingir a neutralidade em 2050 para estarem de acordo com a legislação. 

“As questões regulatórias estão postas. Deixamos de ter apenas barreiras alfandegárias, para também termos as barreiras de efeito estufa, vinculada à questão ambiental. E também temos as questões mercadológicas. Há uma pressão social para a redução de emissões. As empresas que têm capital aberto já estão sentindo a mudança, o que impacta também na cadeia de fornecedores. O dilema é: como as empresas de menor porte vão conseguir participar dessa mudança? Por isso estruturamos esse programa", contou Terra. 

Até 2035, o Brasil tem como meta reduzir as emissões de GEE entre 59% e 67% em relação a 2005, conforme sua Contribuição Nacionalmente Determinada (NDC) no Acordo de Paris. Em São Paulo, o objetivo é alcançar a neutralidade de carbono até 2050, conforme o compromisso firmado na campanha Race to Zero, da ONU – Organização das Nações Unidas. 

O evento, realizado na Escola Senai "Luiz Pagliato", contou com a presença do Diretor Titular do Comitê de Jovens Empreendedores da FIESP e Diretor do Departamento de Desenvolvimento Intersindical, Roger Appolinário Perli, do Gerente de Relacionamento com o Mercado do SENAI-SP, Marcello Luiz de Souza Júnior, do Consultor de Negócios do Escritório Regional do Sudoeste Paulista do Sebrae, Adriano Augusto de Souza e do Presidente Executivo do Sindbor, Reynaldo Megna.

 

Cases de Sucesso 

Os participantes do encontro também conheceram cases de sucesso e as mudanças positivas promovidas pela Jornada de Descarbonização durante uma roda de conversa com empresários da região. Gestora de Qualidade da RV Soluções Industriais, Cleudes Alves, dividiu com o público o tamanho do desafio que enfrentou para entender como eram geradas as emissões da sua indústria. 

A empresa que está no mercado de caldeiraria leve, média e pesada há seis anos, não tinha nenhum controle, nem mesmo sabia quantos Gases de Efeito Estufa (GEE) emitia. "Nós não tínhamos essa preocupação e recebemos a demanda de um dos nossos clientes. Ele foi bem enfático: ou vocês aderem ao programa ou estão cortados do fornecimento. Foi quando entendemos a necessidade de se adequar ao novo desafio. A gente não sabia nada do assunto, nunca tivemos essa preocupação", explicou Cleudes. 

Segundo ela, a ajuda do SENAI-SP foi fundamental para entender o cenário da empresa e ainda saber como trilhar o caminho correto. “Nosso maior desafio foi levantar os dados. A gente não sabia que emitia gases, não tínhamos controle de nada. Nosso inventário foi feito em 2022 e 2023, e foi muito difícil. Hoje já temos tudo pronto, estamos preparados. Participar da Jornada de Descarbonização também nos abriu portas dentro do SENAI, e nos fez participar do Brasil Mais Produtivo, que também tem agregado muito", celebrou. 

A Schaeffler, líder global alemã em soluções automotivas e industriais, está em Sorocaba desde a década de 70, e também não fazia controle sobre as emissões de GEE. Segundo Denis Orth, Head of Business Development, Sustainability & Program Office South America da empresa, os clientes começaram a cobrar o mapeamento das emissões da planta de Sorocaba. 

"Temos sistemas globais, onde colocamos os dados dos produtos, e eles nos ajudaram muito, mas não tínhamos nada aqui no Brasil. Conversamos com o SENAI, decidimos participar e foi fundamental. Terminamos o mapeamento no ano passado e o resultado já nos ajudou com os clientes", concluiu.

 

Escola Móvel de Economia Circular 

Os participantes também puderam conhecer as instalações da Escola Móvel de Economia Circular do SENAI-SP. Idealizada para promover a capacitação, o treinamento e a disseminação de conhecimento sobre o tema, a unidade aborda a temática com aula imersiva sobre os principais conceitos da economia circular, que propõe uma mudança de mentalidade ao repensar produtos e serviços, desde o projeto até a revisão de modelos de negócio. 

A escola móvel também é uma oportunidade para fortalecer a colaboração global e envolver empresas no desenvolvimento de um futuro sustentável pautado pela Economia Circular, um conceito cada vez mais relevante e imprescindível atualmente. A unidade estará presente em todos os eventos da Jornada de Descarbonização. A próxima apresentação será para os empresários industriais de Santos, no dia 9 de maio.

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