Encontro debate as oportunidades da Economia Circular aplicada aos negócios

Conferência reúne corpo técnico do SENAI-SP para discutir os princípios e as práticas da Economia Circular nos negócios

O corpo técnico do SENAI-SP participou, no dia 10 de maio, da 1ª conferência sobre Economia Circular, criada para promover o debate, provocar reflexões e aprofundar a compreensão da urgência desse conceito no modo de vida e nos negócios. 

O encontro teve a presença de Kalil Cury, diretor titular adjunto do Departamento de Desenvolvimento Sustentável da FIESP, que falou sobre o World Circular Economy Forum 2024, ocorrido na Bélgica e considerado o principal evento global sobre a temática. A próxima edição do Fórum acontecerá em maio de 2025, em São Paulo, e terá a participação da FIESP na organização. 

Getulio Rocha Junior, Gerente de Infraestrutura e Suprimentos (GIS) do SENAI-SP, apresentou as iniciativas e os programas de Economia Circular da instituição nas áreas de Educação Profissional, Infraestrutura, Inovação e Tecnologia. “É o momento de ter uma participação ativa, de mostrar o que o SENAI-SP faz e pode fazer para contribuir com a sociedade”, afirmou. 

Na área de Infraestrutura, foram destacadas algumas parcerias sustentáveis com empresas como a Gerdau, Green Reciclagem, Green Eletron, Reciclus e Sandvik, em projetos como a transformação de sucata de metais ferrosos e metais duros em matéria-prima, reciclagem de papéis e papelões, coleta de descarte de resíduos eletrônicos e lâmpadas fluorescentes, entre outras ações.

Na Inovação e Tecnologia, foram citados projetos dos Institutos SENAI de Inovação de Materiais Avançados, de Manufatura Avançada e Microfabricação e o de Biotecnologia. 

Já na Educação, os destaques foram para os cursos vinculados à temática, como o autoinstrucional gratuito de Economia Circular, que já chegou a quase 130 mil concluintes e conta com uma versão em espanhol, e o curso de pós-graduação em Economia Circular, que está sendo desenhado em parceria com a indústria. 

Outras ações visando a Educação como fator de sucesso para a implementação desta nova modalidade de economia são as capacitações internas para difusão do conhecimento, por meio do ProEducador, além de programas desenvolvidos com as indústrias para oferecer, a partir de novas estratégias de ensino, a possibilidade de alunos desenvolverem propostas de soluções voltadas à Economia Circular. 

Vale destaque o incentivo ao desenvolvimento de recursos educacionais digitais imersivos, que além de promoverem um impacto sustentável, tendem a ampliar o tempo de prática profissional dos alunos. Exemplos incluem a utilização de simuladores de solda e simuladores de empilhadeiras. 

Flávio Ribeiro, professor e Conselheiro do Comitê Consultivo do Movimento Conexão Circular, apresentou o primeiro painel do evento: “Fundamentos e princípios da Economia Circular: entendendo o paradigma sustentável”. Ele explicou a Economia Circular como uma estratégia de sustentabilidade que tem o objetivo de manter os recursos naturais extraídos da natureza em uso pelo maior tempo, ao maior valor e com maior utilidade possível. Além de reduzir, reutilizar e reciclar (3Rs), o diferencial da Economia Circular está, segundo o professor, em propor uma mudança de mentalidade, repensar produtos e serviços desde o projeto e revisar modelos de negócio. 

O segundo painel, “Economia Circular: Agir agora para um futuro sustentável”, foi apresentado pela profissional da área de Marketing Estratégico da empresa Braskem, Juliana Rosa. Na sua abordagem, foi apresentada a Jornada da Indústria do Plástico e outros conceitos técnicos, ilustrando cases reais e apresentando o projeto Cazoolo, um espaço físico colaborativo da Braskem para a criação de soluções de embalagens sustentáveis, com oficina de prototipagem para cocriação com a cadeia produtiva. 

Os palestrantes destacaram que a missão deve ser colaborativa, mesmo que empresas concorrentes tenham que trabalhar em prol dessa circularidade. “Não basta olhar cada empresa individualmente, temos que olhar a interrelação, a conexão, parcerias, projetos de inovação em conjunto, desenvolver soluções integradas, trabalhar em etapas pré-competitivas da indústria, para que, independentemente da marca, o setor seja beneficiado. Nisso, tanto FIESP quanto SENAI têm um papel fundamental, ao capitanear iniciativas setoriais muito importantes de desenvolvimento tecnológico e educacional”, destaca Flávio. 

Ao fim do evento, o professor apresentou seu livro “Economia Circular: Uma nova visão de negócios”, que mostra caminhos para trabalhar a sustentabilidade dentro das organizações, adotando a Economia Circular como modelo de negócio. Conforme explicou, o livro deve ser utilizado na aprendizagem, em salas de aula, uma vez que traz conceitos e definições de termos como o diagrama borboleta, logística reversa, ecodesign, entre outras ferramentas necessárias para transformar a economia.

O evento foi conduzido pelo Diretor Regional do SENAI-SP, Ricardo Terra, e contou com a participação da Gerente de Educação (GED) do SENAI-SP, Cassia Cruz, e da Gerente do Departamento de Desenvolvimento Sustentável (DDS), Anicia Pio.