Green Skills e o futuro do trabalho são temas de debate no Dia Mundial do Meio Ambiente

05/06/2025 - atualizado às 16:05 em 09/06/2025

Especialistas discutem como as competências verdes estão transformando o mercado e impulsionando uma transição mais justa, inclusiva e sustentável 
 
O SENAI-SP participou da live “Green Skills: novas competências para o futuro do trabalho”, em comemoração ao Dia do Meio Ambiente, celebrado nesta quinta-feira, 5 de maio. Promovido por ‘Um Só Planeta’, do Grupo Globo, canal focado em meio ambiente e sustentabilidade, o encontro destacou a relevância da formação profissional em meio ao cenário de emergência climática e à necessidade de uma transição para uma economia mais sustentável. 
 
Marcello Souza, gerente de Relacionamento com o Mercado do SENAI-SP, destacou que a educação e a inovação no setor industrial são vetores essenciais para impulsionar o desenvolvimento econômico e a transição energética, em sintonia com os novos modelos de economia circular. Esta nova realidade exige não apenas conhecimento técnico, mas também visão sistêmica, responsabilidade socioambiental e capacidade de inovar. “Para atender às demandas do mercado de trabalho, tem sido fundamental definir perfis profissionais alinhados às transformações em curso. Isso passa pela atualização dos currículos, com foco em competências voltadas à eficiência energética, à gestão de resíduos e ao design de soluções sustentáveis, que são elementos centrais da economia verde e impactam diferentes áreas profissionais de forma transversal”, explica.  
 
Ele também enfatiza que, como parte do compromisso com a democratização do conhecimento, foram desenvolvidos cursos online gratuitos sobre Economia Circular, com o objetivo de desmistificar o conceito e torná-lo acessível aos jovens e à sociedade em geral. Essa iniciativa já resultou em mais de 200 mil matrículas, ampliando o alcance da formação voltada a um futuro mais sustentável. Acesse e saiba mais: https://www.sp.senai.br/cursos-sobre-esg-online  
 
Impacto global 
O encontro online teve a participação de outros especialistas no tema do setor público, privado e do terceiro setor: Ricardo Gravina, cofundador do Climate Ventures; Walléria Sampaio, gerente executiva de Estratégia e Governança da Sustentabilidade do Banco do Brasil e Paulo Pianez diretor global de Sustentabilidade da BRF e da Marfrig. 
Durante o painel, os palestrantes destacaram que o mundo está em constante transformação e marcado por emergência climática, desigualdade crescente, avanços tecnológicos e instabilidades geopolíticas. “O grande desafio está na transição para sistemas produtivos de baixa emissão. Para isso, são necessários profissionais preparados para atuar de forma sustentável em todas as etapas da cadeia, envolvendo desde a cadeia de grãos até a produção de bovinos, suínos e aves. A empresa já tem observado que essa transição é possível, por meio do desenvolvimento de tecnologias e da atuação conjunta com os parceiros da cadeia produtiva”, conta Paulo Pianez, diretor global de Sustentabilidade da BRF e da Marfrig. 
 
Olhar social 
Para Walléria Sampaio, gerente executiva de Estratégia e Governança da Sustentabilidade do Banco do Brasil, ao falar sobre estratégia e green skills, é fundamental incluir também a perspectiva social. “Entende-se que os empregos verdes são catalisadores da transição para uma economia de baixo carbono, mais inclusiva e resiliente. A sustentabilidade deve ser tratada de forma transversal na estratégia institucional, alcançando produtos, serviços, clientes, fornecedores e toda a cadeia de stakeholders. O fomento à socioeconomia é um caminho real e estratégico para impulsionar uma transição justa, que coloque todas as pessoas no centro das decisões”, defende. 
Com essa tendência, o Brasil possui condições favoráveis para se tornar um polo global de oferta de soluções e tecnologias sustentáveis. “Desde o Acordo de Paris, quase 200 países se comprometeram com a descarbonização de suas economias, criando um movimento global que favorece iniciativas sustentáveis. Isso gera incentivos, políticas públicas e mudanças culturais que abrem caminho para novos negócios verdes”, afirma Ricardo Gravina, cofundador do Climate Ventures.