Fórum Sou Capaz debate oportunidades de inclusão social de pessoas com deficiência

31/03/2014 - atualizado às 19:36 em 16/04/2014

A Federação e o Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp e Ciesp) promoveram, na manhã desta segunda-feira (31/03), na sede da entidade, o Fórum Sou Capaz, iniciativa que tem finalidade de oferecer a equivalência de oportunidade a todos os cidadãos, através da capacitação técnica de pessoas com deficiência e aprendizes.

Na abertura do evento, o diretor titular do Departamento de Ação Regional (Depar) da Fiesp, Sylvio de Barros, afirmou que este é um momento de conversar sobre a capacitação e empregabilidade das pessoas com deficiência.

“O ‘Sou Capaz’ busca oportunidades das pessoas com deficiência por meio do aprendizado”, disse.

Foto: Helcio Nagamine/Fiesp
Da esquerda para a direita: Sylvio de Barros, o desembargador Álvaro Alves Nôga, Marianne Pinotti e Ana Lúcia de Alencastro Gonçalves

O diretor informou que, além do evento realizado hoje, o projeto inclui um programa itinerante em dez cidades do Estado de São Paulo, onde, além de fóruns, serão realizados cursos.

“O foco são os profissionais de recursos humanos para que eles tenham ferramentas de cumprir a Lei de Cotas da melhor maneira possível”, explicou.

Barros destacou que o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial de São Paulo (Senai-SP) é um exemplo nesse sentido. “Hoje, 80% dos aprendizes do Senai-SP estão empregados”, disse.

A secretária municipal da Pessoa com Deficiência e Mobilidade Reduzida, Marianne Pinotti, elogiou a iniciativa da Fiesp em criar um evento para discutir as questões do emprego da pessoa com deficiência. “No ano passado, a Secretaria criou um plano de ações articuladas das pessoas com deficiência, a fim de promover maior acessibilidade”, disse.

Marianne explicou que esse plano atinge cinco frentes: saúde; educação; trabalho; inclusão e cidadania; e cultura, esporte e lazer.

“Trabalhamos com 20 secretarias para desenvolver esse plano, com mais de 70 ações articuladas. São essas secretarias que executam essas ações”, explicou.

A secretária destacou que são duas as áreas mais sensíveis: educação e trabalho. “É muito complexo e um desafio diário inserir as pessoas com deficiência no ensino regular, embora já tenhamos atingido a marca de 70% no ensino regular na cidade de São Paulo”, disse.

“O emprego dignifica todas as pessoas e o grande avanço para que as pessoas com deficiência sejam protagonistas de suas próprias histórias é que elas estejam inseridas no mercado de trabalho”, completou.

Na opinião da secretária, a importância deste evento é a união do poder público com o setor privado para o debate. “A Fiesp, o Sesi-SP [Serviço Social da Indústria de São Paulo] e o Senai-SP têm feito um ótimo trabalho nessa direção, em prol de um futuro melhor para inserir as pessoas na sociedade”, concluiu.

Justiça e cidadania

O presidente da Comissão de Acessibilidade o Tribunal Regional do Trabalho, desembargador Álvaro Alves Nôga, afirmou que seu papel neste evento é aprender o máximo possível.

Seu objetivo, destacou, é o de levar ao Tribunal as principais questões debatidas.

“A justiça é inerte, mas nós aguardamos ser acionados pelas entidades. Os juízes não vão sair fiscalizando, mas a sociedade organizada pode acionar a justiça”, disse.

A coordenadora de preparação e mão de obra juvenil, representando o ministério do Trabalho, Ana Lúcia de Alencastro Gonçalves, afirmou ser “uma satisfação ver se concretizar o início de um projeto que, em nível nacional, há muito tempo se quer fazer: a inserção da pessoa com deficiência por meio do aprendizado. A missão é fazer com que isso aconteça em todos os estados.”

Ao finalizar, Ana Lúcia destacou que, em 2005, quando se instaurou a Lei de Cotas, havia 50 mil aprendizes no mercado de trabalho; e, em 2013, esse número já atingiu 340 mil aprendizes.

“A inserção com qualidade, através dos programas de capacitação profissional, é a resposta. Temos que aprofundar a articulação, mas é uma satisfação saber que o programa da Fiesp já está avançando com os fóruns itinerantes”, afirmou a representante do ministério do Trabalho.