De aluno a diretor, Senai-SP multiplica excelência revelando talentos entre seus alunos

07/09/2014 - atualizado às 19:12 em 09/09/2014

Alice Assunção, Agência Indusnet Fiesp

A edição 2014 da Olimpíada do Conhecimento conta com 26 delegados técnicos responsáveis por decisões na maior competição profissional do país. Um deles é Pedro Teodoro, diretor escola Senai Suíço-Brasileira, unidade do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial de São Paulo (Senai-SP) no bairro de Santo Amaro, zona sul da capital paulista.

A curiosidade: nos anos 1990, ele estava do outro lado do torneio, como competidor.

Teodoro se tornou aluno do Senai-SP no segundo semestre de 1990 e, desde então, sua relação com a instituição ficou mais próxima.

Hoje, diretor e representante de São Paulo na fase nacional da disputa, ele acredita que o sofisticado nível de ensino e aprendizagem do Senai-SP aumente a identificação do aluno com a instituição, o que faz com que estudantes mais tarde se tornem professores e diretores na entidade.

“O Senai-SP vive numa condição de oferecer um serviço de educação profissional que é uma ilha de excelência no nosso país. Então, as nossas escolas cumprem seu papel, têm tecnologia e o nosso professor é um profissional que é valorizado”, garante Teodoro.

Foto: Everton Amaro/Fiesp
Pedro Teodoro acompanha presidente da Fiesp em instalações do Senai em Santo Amaro

O diretor disputou uma Olimpíada no Conhecimento em 1994, na cidade de Limeira, interior de São Paulo. “Participei do torneio de formação profissional numa outra realidade, onde não havia essa estrutura”, lembra, ao calcular que o número de participantes era de cerca de 150, enquanto a edição deste ano tem 800 competidores.

Em 1995 ele representou o Brasil no WorldSkills, na França. No ano seguinte, iniciaria sua carreira no Senai-SP ao ingressar em uma escola da região central de São Paulo como instrutor de mecânica.

“Na minha época foi diferente porque fui um dos pioneiros que deixou a Olimpíada e passei a exercer a atividade de docência. Eu era muito jovem ainda, fui professor aos 19 anos”, conta.

“Quando se tem oportunidade de trabalhar na instituição que te formou, além de ser oportunidade de carreira muito boa, também existe essa identificação do prazer de exercer essa profissão.”

Exemplos como o de Teodoro tem feito parte de uma estratégia do Senai-SP de multiplicar o padrão de aprendizagem. A instituição segue modelos internacionais onde alunos promissores são aproveitados como professores.

“Se a gente pegar os modelos de educação mais eficientes no mundo, como o Finlândia, Suíça, Alemanha, Estados Unidos e Canadá, não existe modelo educacional que não valorize o professor”, diz o diretor. “É uma prática muito simples, óbvia, mas que a gente não tem como algo comum no Brasil, que é valorizar os seus melhores estudantes e capacitá-los para, quando eles concluem sua formação, serem seus docentes”, complementa.

Teodoro ressalta ainda que, ao ver exemplos bem sucedidos no Senai, os alunos da instituição se sentem motivados para seguir a carreira de professor. “Hoje nossos estudantes veem essa possibilidade num horizonte mais próximo, é um objetivo de carreira que é exequível”, afirma.

Olimpíada potencializadora

O diretor explica que, além do programa de ensino do Senai potencializar os talentos de seus alunos, a Olimpíada do Conhecimento é uma complementação desse esforço.

“Se somarmos toda a carga horária de formação [do Senai-SP] e esse aluno ainda participa de um evento como esse, está claro que se forma profissionais com diferenciais únicos”, avalia.