Bruno Ramalho é um dos competidores do Senai-SP que representará o país no WorldSkills 2013

24/06/2013 - atualizado às 15:59 em 05/07/2013

Marília Carrera, Agência Indusnet Fiesp 

Bruno Ramalho, 20, é ex-aluno do curso técnico de mecânica do Senai Roberto Simonsen, localizado no Brás, bairro da capital paulista. Atualmente, seu maior objetivo é conquistar a medalha de ouro no WorldSkills.

A 42ª edição de um dos maiores torneios de ensino profissionalizante do mundo acontece entre os próximos dias 2 e 7 de julho, em Leipzig, na Alemanha. No total, a delegação brasileira será integrada por 44 competidores, vinte deles estudantes do Senai-SP, que representarão o país em 17 categorias, como é o caso de Bruno Ramalho, da construção de moldes.

Foto: Everton Amaro/Fiesp 
Bruno Ramalho: "Comecei a me esforçar no curso e todos os professores me elogiavam na oficina prática e na teórica. A partir dali comecei a treinar para a Olimpíada”


O estudante, que deseja estudar tecnologia de polímeros, na Faculdade de Tecnologia de São Paulo (Fatec), ou engenharia de automação, na Faculdade de Engenharia Industrial (FEI), conta que seu espírito competitivo foi o que despertou seu interesse para a rotina de treinamentos. Para ele, a oportunidade de algum dia participar da Olimpíada do Conhecimento e do WorldSkills era a sua principal motivação.

“Eu vi os alunos treinando. O professor me falou que havia uma competição que selecionava os melhores estudantes e me interessei. Comecei a me esforçar no curso e todos os professores me elogiavam na oficina prática e na teórica. A  partir dali comecei a treinar para a Olimpíada”, afirma.

Para Bruno, além da paixão pela competição, o WorldSkills também trará oportunidades de crescimento profissional. Hoje, ele já é um dos trainees contratados pelo Senai-SP e atua como assistente técnico de serviços, dando aulas e, sobretudo, ajudando outros alunos da instituição.

Histórico

O histórico de treinamento de Bruno é extenso. Segundo ele, a preparação para as competições começou em 2008, assim que ingressou no Curso de Aprendizagem Industrial (CAI). No início, se dedicava à ferramentaria de corte, dobra e repuxo. No ano seguinte, porém, foi convidado por um professor a treinar em outra categoria: tecnologia de plástico, baseada na construção de moldes. Assim, participou da etapa estadual da Olimpíada do Conhecimento e ficou com o terceiro lugar.

Foto: Everton Amaro/Fiesp
Bruno Ramalho é um dos representantes
do Brasil no WorldSkills 2013
Em 2011, voltou a disputar a Olimpíada.  Venceu as fases estadual e nacional e superou o Senai de Minas Gerais na primeira seletiva para o WorldSkills, que ocorreu em janeiro deste ano. Agora, Bruno se prepara para a última classificatória antes do mundial e enfrenta uma rotina árdua de treinamentos, com atividades de segunda à sexta-feira, das oito horas da manhã às dez da noite; e aos sábados, das oito da manhã ao meio dia ou às cinco da tarde

Apesar de suas conquistas, Bruno admite que no princípio não contava o apoio de seu pai, que não concordava que o filho adiasse a entrada no mercado de trabalho por conta dos treinos. No entanto, o estudante afirma que, durante o encerramento do torneio estadual de 2009, seu pai conheceu a fundo o treinamento e a olimpíada, passando a lhe incentivar, ao lado de sua mãe. “Minha família me apoia bastante e está bem confiante, tanto que talvez minha mãe vá me assistir [no WorldSkills]. Ela está juntando dinheiro para ir com meu pai e minhas tias.”,  relata.

Preparação

Foto: Everton Amaro/Fiesp
Bruno tem uma preparação especialmente voltada para esta competição
Atualmente, Bruno passa por uma preparação especialmente voltada para o WorldSkills 2013. Além das horas de treinamento, o estudante trocou as máquinas convencionais pelo programa CNC, através do qual fica a cargo de todo o processo de construção do molde: realização e geração do programa de usinagem pelo computador e transmissão deste para a máquina.

Bruno também já tem acesso ao mesmo equipamento que será utilizado no torneio. De acordo com ele, a empresa DMG, patrocinadora da modalidade na olimpíada, liberou uma maquina para que fosse possível  aprimorar suas técnicas e habilidades.

Em relação aos competidores, Bruno explica que os adversários mais difíceis serão os estudantes da Coreia do Sul e do Japão, devido ao histórico de vitórias e ao nível de investimento destes dois países na disputa. “Lá, a infraestrutura funciona assim: o aluno que vai a para a etapa mundial é encaminhado para uma república. Nesta república tem um prédio com diversos instrumentos  e máquinas, onde ele treinado. Esse treinamento dura 16 horas por dia”, afirma.