Alunos do programa de formação profissional para egressos do sistema prisional já estão empregados

25/10/2013 - atualizado às 12:20 em 07/11/2013

O dia 23 de outubro de 2013 fica marcado como uma data especial para dez alunos do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial de São Paulo (Senai-SP), contemplados pela parceria da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) e do AfroReggae com enfoque em formação e empregabilidade de egressos do sistema prisional.

Trata-se do primeiro dia de trabalho de cada um deles em panificadoras da capital, da Grande São Paulo e da região do ABC com carteira assinada.

Todos eles passaram pelo curso de panificação promovido pelo Senai-SP e foram contratados por empresas do setor, em iniciativa viabilizada com o apoio dos Sindicatos das Indústrias de Panificação de São Paulo (Sindipan)  e da Indústria de Panificação e Confeitaria de Santo André (Sipan ABC).

Todos com carteira assinada

O diretor titular do Departamento de Ação Regional (Depar) da Fiesp, Sylvio Alves de Barros Filho, esteve na última terça-feira (22/10) na escola Senai “Horácio Augusto da Silveira”, unidade especializada em Alimentos no bairro da Barra Funda, na capital, para informar, pessoalmente, qual será o local de trabalho de cada um dos alunos. “Fiz questão de vir para entregar o local de trabalho deles. Cada um já recebeu o local de trabalho e deve se apresentar amanhã cedo [dia 23/10] para trabalhar. Os documentos já foram entregues para as devidas panificadoras”, explicou.

Para Sylvio de Barros, a primeira fase deste projeto, que é um sonho do presidente da Fiesp, Paulo Skaf, foi concluída com total êxito. “Tínhamos o receio de que algum deles desistisse, mas começamos com dez alunos e terminamos com dez alunos. A fase dos sonhos e do medo nós já vencemos. Temos agora a segunda fase, a do emprego, onde eles vão participar ativamente do resultado das padarias”, afirmou.

O diretor titular do Depar também destacou a importância dessa primeira turma.  “São dez alunos que estão abrindo a porta para milhares de pessoas. Essa turma, para nós, é um símbolo e um exemplo espetacular. Inclusive, falei para eles que vamos trazê-los aqui num segundo curso para que deem seus depoimentos para que as coisas continuem a acontecer”.

Novo começo de vida

F., um dos formandos da turma, também falou da alegria de concluir o curso e já sair empregado.  “Esse curso deu a oportunidade de ter uma profissão, para poder seguir a vida, criar família, e ir em frente. Aprendemos a fazer o pão do início ao fim e estamos prontos para o mercado de trabalho e sermos entregues de novo a sociedade, mas de uma forma diferente, com dignidade, com trabalho, com carteira registrada e com todos os benefícios. E isso é muito importante.”

O aluno, que também é egresso do sistema prisional, disse que o curso permitiu que todos se capacitassem completamente no ramo da panificação. “O curso foi de 30 dias, só que com oito horas diárias. Na parte da manhã tivemos muita teoria, teve 60 horas de teoria. Aprendemos do início do pão ao fim, da fermentação, da farinha, a qualidade de fermento, tudo na área da panificação. Aprendemos a fazer 50 tipos de pães.”

F. contou que o esforço valeu muito a pena. “Apesar de ser curto, deu trabalho, pois a gente acordava cedo e chegava muito tarde bem casa. Foi um curso intenso, que ocupou muito a mente da gente também, mas aproveitamos ao máximo.”

Para F. e os outros nove alunos da primeira turma do curso de panificação do Senai-SP, a finalização do curso é um recomeço de vida. “Estou com mais expectativa de uma vida melhor, de crescer e de fazer outros cursos. E também saber que o que passou, passou.